segunda-feira, 27 de julho de 2015

A Iluminação é a Meta. A Meditação é o Caminho.



   "Você é o Buda, você é a verdade. Então por que não sente isso? Por que não conhece isso muito bem? Por que existe um véu no caminho, que é o apego às aparências, como por exemplo a convicção de que você não é um buda, de que você é um individuo separado, um ego. Se não puder remover este véu de uma só vez, então ele terá que ser dissolvido gradualmente.

   Se você conseguir enxergar através dele, totalmente, mesmo que apenas por um instante, então poderá fazer isso novamente a qualquer momento. Onde quer que esteja, o que quer que esteja diante de você, de qualquer forma que as coisas se apresentem; simplesmente retorne a esta clareza e abertura espaçosas e sempre presentes."

     -Kalu Rimpoche.

   Quando praticamos a meditação, o que fazemos é descascar as camadas da persona. Nós continuamos descascando, camada por camada, cada vez mais, em direção ao centro, trazendo à superfície e soltando, um após o outro, os muitos rostos que apresentamos ao mundo e a nós mesmos.  

   Se nós não somos pensamentos, então quem somos? Quem é essa pessoa que tenta meditar? Quem é o experimentador que experimenta nossa experiência? É nossa mente, nosso corpo, nossa alma, nosso espírito? A grande questão é esta, a questão da identidade.

   A maioria dos meditadores traz consigo uma inspiração comum: experimentar as cosas diretamente como são, no momento presente. Agora é o único lugar onde podemos estar. Tanto as lembranças quanto aos planos ocorrem no momento presente. Na meditação nós voltamos sempre a este presente que é único, despertando gradualmente para a verdade de quem e do que somos.

   Nós sabemos que não podemos fugir, que precisamos voltar sempre. Respiramos, praticamos a atenção plena e descascamos camadas e mais camadas. Cada vez mais fundo. Vendo nossos estados mentais, soltando o que nos prende, desmascarando, descascando, até finalmente chegar ao estado original, não processado, o estado natural, o ser genuíno. Esta é a natureza Búdica, a natureza verdadeira, a natureza verdadeira – a mente natural. O Buda interior está desperto.

   Simplesmente ser – em meio a todo o fazer, o atingir e o vir-a-ser. Este é o estado natural da mente, nosso estado original e fundamental de ser. É a natureza Búdica autentica. É como reencontrar o nosso equilíbrio.

Trecho do livro O Despertar do Buda interior- Lama Surya Das. Editora Rocco.



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