quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Impermanência



   Existem três emoções aflitivas, também chamadas de os três venenos: apego, raiva e ignorância. A ignorância é a causa-raiz da existência do Samsara. A ignorância obscurece a consciência clara da mente de ver o papel de causa e efeito e a natureza última de todos os fenômenos. Isto significa que não conseguimos ver e entender a lei da interdependência de todos os fenômenos, as causas grosseiras e sutis e seus efeitos. Como resultado, todos os fenômenos, e de modo especial a própria pessoa, são percebidos como permanentes, únicos e reais. Devido a isso, surge o apego a si mesmo e as coisas de que gostamos. Qualquer coisa que vá contra isso recebe a nossa aversão e nos tornamos muito defensivos. Esforçamo-nos constantemente nesse reino sem fim.

   Neste dimensão, não importa o quanto tentemos, não há como alcançar ou experimentar a felicidade absoluta. Essas emoções perturbadoras foram internalizadas por tanto tempo, as sementes das propensões inveteradas cresceram tanto, que sentimos que elas são naturais. Elas surgem sem esforço quando encontramos as condições adequadas. O que quer que pensemos nós fazemos. Nutrimos e alimentamos esta manifestação incessantemente.

   Dependendo da qualidade da mente criamos diferentes reinos e manifestamos todas as diferentes emoções aflitivas. Mas, na realidade, estas manifestações são apenas impermanentes- como um sonho ou uma bolha de sabão. Para nos libertarmos e purificarmos os três venenos devemos conhecer a natureza impermanente de todos os fenômenos como antídoto para o apego, e reconhecer o estado de sofrimento de todos os seres sencientes como antidoto para a aversão. O karma e seu resultado proporcionam um antidoto que libera a ignorância.

   O apego é uma emoção aflitiva da qual é muito difícil alcançar a liberação. Ele está enraizado nas nossas mentes. E, a partir dele, o desejo e a fixação surgem. A contemplação da impermanência é um dos métodos mais efetivos para liberar o apego transitório. Quando contemplamos a natureza momentânea de todos os fenômenos a forma ou objeto específicos aos quais estamos apegados mudam. A forma como nos relacionamos com o objeto não existe mais, assim não há sentindo ou beneficio em permanecermos apegados. Como o orvalho sobre uma folha de grama, ele se evapora como uma ilusão. Em vez de ficarem aborrecidos ou preocupados com isso, apenas vejam isso como a verdadeira natureza daquele fenômeno. Aceitem a mudança e permitam que ela aconteça. Liberem apego.

   Antes de realizarem o Mahamudra de suas próprias mentes, a prática da impermanência deve ser usada como uma forma muito efetiva de liberar o apego e a raiva. O progresso, então, torna-se fácil porque todos os fenômenos são impermanentes- apenas contemplem e sustentes a consciência disto, relembrando constantemente. Vivam o momento a momento. Quando possuímos a consciência plena da impermanência a realização do Mahamudra não é tão difícil, porque compreender a natureza mais sutil da impermanência é o mesmo que realizar o Mahamudra.



Gampopa.



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Uma orientação de S.S. Dalai Lama para todas as manhãs.




“Toda manhã, pense quando você acordar:
Eu estou vivo,
Eu tenho uma preciosa existência humana,
Eu não vou desperdiçá-la.
Eu vou usar todas as minhas energias para me desenvolver,
Para expandir o meu coração para os outros,
Para alcançar a iluminação para o benefício de todos os seres.
Eu não vou ficar com raiva, Ou pensar mal de outros.
Vou beneficiar os outros, tanto quanto eu posso.”

Dalai Lama.


   "Se estamos conscientes disso ou não, todas as nossas ações começam com uma motivação. Seja indo para a geladeira para pegar um lanche ou tomar a decisão de vender tudo e construir um centro de retiro de yoga na Islândia, sempre temos algum tipo de objetivo em mente. Na maioria das vezes os nossos objetivos são bastante auto-centrados. Queremos felicidade para nós mesmos. Queremos conforto e segurança. Embora não haja nada de errado com a procura de nossa própria felicidade, também é bom expandir nossas motivações para incluir outros. Tente recitar esta aspiração simples todas as manhãs por um mês e ver como ele muda sua atitude, sua visão de mundo e seu senso geral de bem-estar."


A DISCIPLINA MENTAL,
 Trecho do livro ”A arte da Felicidade”




   Enquanto ele falava, descobri algo muito interessante na abordagem do Dalai-Lama para alcançar a felicidade. Ela era absolutamente prática e racional: identificar e cultivar estados mentais positivos; identificar e eliminar estados mentais negativos. Embora sua sugestão de começar pela análise sistemática da variedade dos estados mentais que experimentamos me parecesse de início um pouco árida, aos poucos fui me encantando com a força da sua lógica e raciocínio. E gostei do fato de que, em vez de classificar os estados mentais, as emoções ou desejos com base em algum julgamento moral imposto de fora, como “a cobiça é um pecado” ou “o ódio é condenável”, ele distingue as emoções como positivas ou negativas atendo-se apenas ao fato de elas acabarem levando ou não à felicidade.

   — Se a felicidade é uma simples questão de cultivar mais estados mentais positivos, como a generosidade entre outros, por que tanta gente é infeliz? — perguntei-lhe ao retomar nossa conversa na tarde do dia seguinte.

   — Alcançar a verdadeira felicidade pode exigir que efetuemos uma transformação na nossa perspectiva, nosso modo de pensar, e isso não é nada simples — respondeu ele. — É necessária a aplicação de muitos fatores diferentes provenientes de direções diferentes. Não se deveria ter a ideia, por exemplo, de que há apenas uma solução, um segredo; e de que, se a pessoa conseguir acertar qual é, tudo dará certo. É semelhante a cuidar direito do corpo físico. Precisa-se de uma variedade de vitaminas e nutrientes, não apenas de um ou dois. Da mesma forma, para alcançar a felicidade, precisa-se de uma variedade de abordagens e métodos para lidar com os vários e complexos estados mentais negativos, e para superá-los. E se a pessoa está procurando superar certos modos negativos de pensar, não é possível conseguir isso apenas com a adoção de um pensamento específico ou a prática de uma técnica uma vez ou duas. A mudança demora. Mesmo a mudança física leva tempo. Por exemplo, se a pessoa está mudando de um clima para outro, o corpo precisa de tempo para se adaptar ao novo ambiente. E, da mesma forma, transformar a mente leva tempo. São muitos os traços mentais negativos, e é necessário lidar com cada um deles e neutralizá-los. Isso não é fácil. Exige a repetida aplicação de várias técnicas e a dedicação de tempo para a familiarização com as práticas. É um processo de aprendizado.

   “Creio, porém, que à medida que o tempo vai passando, podemos realizar mudanças positivas. Todos os dias, ao acordar, podemos desenvolver uma motivação positiva sincera, pensando, ‘Vou utilizar este dia de um modo mais positivo. Eu não deveria desperdiçar justamente este dia.” E depois, à noite, antes de nos deitarmos, poderíamos verificar o que fizemos, com a pergunta ‘Será que utilizei este dia como planejava?’ Se tudo correu de acordo com o planejado, isso é motivo para júbilo. Se não deu certo, deveríamos lamentar o que fizemos e passar a uma crítica do dia. Assim, através de métodos como esses, é possível aos poucos fortalecer os aspectos positivos da mente.

   “Agora, no meu caso como monge budista, por exemplo, acredito no budismo e através da minha própria experiência sei que essas práticas budistas me são muito úteis. Contudo, em decorrência do hábito, ao longo de muitas vidas, certos aspectos podem brotar, como a raiva ou o apego. E nesse caso o que eu faço é o seguinte: em primeiro lugar, o aprendizado do valor positivo das práticas; em segundo, o fortalecimento da determinação; e, finalmente, a tentativa de implementar as práticas. No início, a implementação das práticas positivas é muito fraca. Com isso, as influências negativas ainda detêm grande poder. Porém, com o tempo, à medida que vamos gradativamente implantando as práticas positivas, os comportamentos negativos se reduzem automaticamente. Portanto, a prática do Dharma é de fato uma constante batalha interior, que substitui o antigo condicionamento ou hábito negativo por um novo condicionamento positivo.”

E prosseguiu.

   — Não importa qual seja a atividade ou a prática, a que queiramos nos dedicar, não há nada que não se tome mais fácil com o treinamento e a familiaridade constantes. Por meio do treinamento, podemos mudar, podemos nos; transformar. Dentro da prática budista, há vários métodos voltados para o esforço de manter a mente calma quando acontece algo de perturbador. Através da prática repetida desses métodos, podemos chegar ao ponto em que alguma perturbação possa ocorrer, mas os efeitos negativos exercidos sobre nossa mente permanecem na superfície, como ondas que podem agitar a superfície do oceano mas que ,tão têm grande impacto nas profundezas. E, embora minha experiência possa ser muito limitada, descobri a confirmação disso na minha própria prática. Portanto, se recebo alguma notícia trágica, naquele momento posso experimentar alguma perturbação na minha mente, mas ela desaparece muito depressa. Ou ainda, posso me irritar e gerar alguma raiva; mas, da mesma forma, ela se dissipa com rapidez. Não há nenhum efeito nas profundezas da mente. Nenhum ódio. Esse ponto foi alcançado através do exercício gradual. Não aconteceu da noite para o dia.

   Claro que não. O Dalai-Lama vem se dedicando ao treinamento da mente desde os quatro anos de idade.

   O treinamento sistemático da mente — o cultivo da felicidade, a genuína transformação interior através da seleção deliberada de estados mentais positivos, seguida da concentração neles, além do questionamento dos estados mentais negativos — é possível graças à própria estrutura e função do cérebro. Nascem os com cérebros que já vêm equipados geneticamente com certos padrões de comportamentos instintivos. somes predispostos mental, emocional e fisicamente para reagir ao ambiente com atitudes que permitam nossa sobrevivência. Esses sistemas básicos de instruções estão codificados em inúmeros modelos inatos de ativação de células nervosas, combinações específicas de células do cérebro que atuam em resposta a algum dado acontecimento, experiência ou pensamento. No entanto, a configuração dos nossos cérebros não é estática, não é irrevogavelmente fixa. Nossos cérebros também são adaptáveis. Neurocientistas documentaram o fato de que o cérebro pode projetar novos modelos, novas combinações de células nervosas e de neurotransmissores (substâncias químicas que transmitem mensagens entre as células nervosas) em resposta a novos estímulos. Na realidade, nosso cérebro é maleável e sempre está mudando, reconfigurando seus circuitos de acordo com novos pensamentos e experiências. E, em decorrência do aprendizado, a função dos próprios neurônios individuais muda, o que permite que os sinais elétricos transitem por eles com maior rapidez. Os cientistas chamam de “plasticidade” a capacidade de mudar inerente ao cérebro.

   Essa capacidade de redefinir a configuração do cérebro, de desenvolver novas conexões neurais, foi demonstrada em experiências como, por exemplo, uma realizada pelos Drs. Avi Karni e Leslie Underleider do National Institutes of Mental Health. Nessa experiência, os pesquisadores fizeram com que os objetos desempenhassem uma tarefa simples de coordenação motora, um exercício de batucar com os dedos, e identificaram por meio de um exame de ressonância magnética quais as partes do cérebro envolvidas na tarefa. Os objetos da pesquisa passaram então a praticar o exercício dos dedos todos os dias ao longo de quatro semanas, tornando-se pouco a pouco mais eficientes e rápidos. Ao final do período de quatro semanas, foi repetido o exame do cérebro, e ele revelou que a área do cérebro envolvida na tarefa havia expandido. Isso indicou que a prática regular e a repetição da tarefa haviam recrutado novas células nervosas e haviam mudado as conexões neurais que originalmente estavam envolvidas na tarefa.

   Essa notável característica do cérebro parece ser o embasamento fisiológico para a possibilidade de transformação da nossa mente. Com a mobilização dos nossos pensamentos e a prática de novos modos de pensar, podemos remodelar nossas células cerebrais e alterar o modo de funcionar do nosso cérebro. Ela é também a base para a idéia de que a transformação interior começa com o aprendizado (novos estímulos) e envolve a disciplina de substituir gradativamente nosso “condicionamento negativo” (correspondente aos nossos padrões atuais característicos de ativação de células nervosas) por um “condicionamento positivo” (com a formação de novos circuitos neurais). Assim, a ideia de treinar a mente para a felicidade passa a ser uma possibilidade real.


Texto do Blog Buda Virtual. Leia o texto original clicando aqui.




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Use as Palavras Para Ajudar, Não para Ferir.





   A fala Correta nos lembra que devemos evitar causar problemas, dizendo algo que possa ferir ou interferir desnecessariamente. Você já teve a experiência de dizer alguma coisa e depois se arrepender? Ou dizer alguma coisa sarcástica que lhe parecia engraçada? Claro. Todos já tivemos essa experiência. Quando comecei a ensinar, percebi logo que se dissesse o que me parecia apenas uma pequena piada irônica, alguma alma mais sensível acabaria se sentindo ferida, ridicularizada, exposta ou traída.

   Um dos aforismos do treinamento mental, Lo-Jong, é “Não Mencione Membros Machucados”. É um bom aforismo, que nos lembra que aquilo que consideramos apenas uma piada pode expor o defeito ou a fraqueza do outro, mais ou menos como apontar o dedo e ficar olhando. E isto fere, apesar de ser apenas parte de uma brincadeira. Entretanto, como é difícil fazer isto! Que tentação sentimos algumas vezes em fazer piadas ou mostrar como somos engraçados ou espertos, com nossas línguas ferinas e nosso humor cáustico. Palavras que ferem reforçam a alienação pessoal e a visão dualista. A calúnia semeia a discórdia, mas a fala gentil e sensível traz a paz e reconciliação.

   O Dharma também nos lembra que o ato de julgar encobre a visão elevada e distorce a apreciação de como as coisas realmente são. No novo testamento, Jesus mostra como insistimos em ver o pequeno cisco no olho do outro, enquanto ignoramos um enorme tranco de madeira enfiado no nosso. Um proverbio tibetano diz: “Não fale da pulga no cabelo do outro, enquanto ignora o iaque no seu nariz.” Palavras de julgamento e de critica, emitidas em um tom virtuoso, jamais foram úteis, em nenhuma situação.

   Algumas pessoas parecem ter um talento especial para usar as palavras de forma a ajudar os outros. São tão construtivas, positivas e empáticas que nós nos sentimos bem a cada vez que falamos com elas. “Que bom para você”, dizem elas. “Conte-me sobre isso, quero ouvir o que tem a dizer.” Captamos a intenção de apoiar e de encorajar. Estes gênios da comunicação parecem ter um dom especial, conseguem realmente enxergar e escutar os outros. Por estarem abertos e sensíveis à experiência dos outros, estes ouvintes talentosos são curadores natos. Ouvir com o coração aberto e sem julgamentos é uma forma de inserir a Bodhiccita na comunicação. O Dharma nos diz que se ouvirmos com atenção, conseguiremos perceber o Budha natural em todas as pessoas. 




quarta-feira, 16 de setembro de 2015

terça-feira, 28 de julho de 2015

Um Dia de Silêncio




   Quando participei do meu primeiro retiro budista, o meu maior desafio foi a prática do “Nobre Silêncio”. Tinha mais ou menos trinta pessoas fazendo o retiro e não podia dar nem uma palavra, linguagem de sinal ou tipo de comunicação. Apenas eu e minha mente. Um verdadeiro desafio sendo que o silêncio, para mim naquela época, não existia nem durante o sono...   

    A vontade de falar, conversar, foi sempre um suporte para minha mente ficar pulando de um lado para o outro sem destino ou objetivo. Esse estado mental era tão comum para mim que quando o percebi pela primeira vez fiquei impressionado com as minhas oscilações de desejos e dores que iam e vinham a todo o momento.

   Esse foi o grande desafio durante todos os retiros que eu fazia no inicio da minha jornada, mas com o tempo, naturalmente as coisas foram mudando. Foi tão natural que nem eu percebi a mudança. Naturalmente comecei a tirar alguns momentos do dia para ficar comigo mesmo. Além das minhas práticas matinais de meditação, procurei a observar cada vez mais a minha mente e com isso o silêncio vinha de maneira natural.

   Comecei a tirar um sábado por mês para fazer o meu próprio retiro. Para mim o sábado era um dia tranquilo e ainda sobrava o domingo para me dedicar aos amigos e familiares, assim, não “perdia” o final de semana.

   A rotina era bem simples, o dia iniciava às 5 horas. Acordava, fazia minhas necessidades matinais e sentava para fazer Shine. Ficava mais ou menos 2 horas.

   Depois tomava banho, tomava o meu café da manhã, lavava a louça e voltava para mais uma sessão de Shine. Só que essa mais curta, uma hora. No mesmo lugar onde fazia minha pratica eu estudava algum ensinamento. Você pode também ler algum livro...

   Antes do almoço, uma hora de Shine. Você deve coordenar o tempo de acordo com sua disponibilidade. Na hora do almoço, se já estiver tudo pronto ou mesmo que tenha que preparar algo, prepare a sua refeição dando atenção no que faz. Procure manter sua mente no momento, tudo que fizer faça consciente, não faça as coisas por fazer, no tipo “fazer no piloto automático.” Preste atenção, observe como você fica ao estudar, andar, observe como está a sua mente. Observe como mastiga o alimento, saboreie a comida... Você não tem pressa.

   Evite conversar nesse dia. Avise seus parentes mais próximos e pessoas de convívio diário que ficará um dia em silêncio, desligue o telefone nesse dia. Sei que deve ser estranho isso, mas você não vai acreditar como um dia sem celular muda o seu estado de humor.

   Mas também não vai adiantar nada desligar o celular e ficar pensando em quem está te procurando. Não pode ter sofrimento para o verdadeiro desapego. Caso sinta uma grande vontade, ligue o celular, veja que nada mudou e desligue-o. Com o tempo a necessidade de estar com o celular vai diminuindo.

   Determine um horário para acabar o seu pequeno retiro do Nobre Silêncio. Eu sempre iniciava às 5 da manhã e finalizava às 10 da noite. Mas mesmo depois de acabar, procurava falar com alguém só no outro dia. Deitava em silêncio, com a mente calma, dormia com uma paz inexplicável. No outro dia, depois do café da manhã é que eu falava com alguém.

  Sugiro você começar devagar. Escolha um dia tranquilo, uma vez por mês, faça apenas algumas horas de silêncio no inicio. Ou quem sabe metade de um dia. A solidão interior, o Nobre Silêncio são formas de esvaziar, limpar, curar e renovar o coração e a mente. Esta é uma maneira voluntaria de começar o processo de simplificação pessoal. A paz vai ajuda-lo a purificar suas percepções e tornar sua mente mais aguda, clara, espaçosa e até mesmo luminosa.

 Boa prática! 



segunda-feira, 27 de julho de 2015

Kalu Rimpoche

Kalu Rimpoche

   O Muito Venerável, O Senhor dos Refúgios, Lama Vajradhara Kalu Rimpoce, um dos maiores mestres budistas do século XX, nasceu em 1904, na região do Kham, Tibete oriental.

   Foi ordenado monge no monastério de Palpung, com 13 anos de idade, recebendo o nome de Karma Rangiung Kunkhiab. Aos 16 anos fez o tradicional retiro de três anos, três meses e três dias durante o qual recebeu, do seu mestre de retiro, Lama Norbu Töndrup, as instruções e as praticas dos Cinco Ensinamentos de Ouro, da gloriosa tradição Shangpa Kagyü.

   Praticou ainda por cinco anos em monastérios, antes de se retirar por 12 anos na solidão das grutas do Himalaia. Posteriormente, ocupou por vários anos o posto de Lama Mestre de retiro dos Centros de Naroling e Niguling.

   Em 1957, a pedido da princesa do Butão, Ashe Wagmo, e acatando a determinação de Sua Santidade o XVI Karmapa, tornou-se o abade do monastério de Jangchub Chöling, na província butanesa de Korte. Por vários anos manteve, protegeu e desenvolveu a doutrina, fundando mosteiros, criando centros de retiro e construindo stupas.

   Em 1966, estabeleceu-se em Sonada, no monastério de Samdrup Targyeling. Entre 1971 e 1989 dirigiu-se diversas vezes ao Ocidente, estabelecendo dezenas de Centros de Dharma e de Centros de retiro, a fim de transmitir as instruções liberadoras para o bem de todos os seres.

   Foi durante uma de suas viagens ao Ocidente, em 1980, na cidade de Paris, que Rimpoche autorizou, para um grupo de discípulos brasileiros, a fundação de Centros de Dharma no Brasil.

   As atividades vivíveis de Rimpoche cessaram no dia 10 de Maio de 1989, às 15h, com idade de 85 anos, quando entrou na pura clara luz, a infinitude absoluta, em postura de meditação.

Yangsi Kalu Rimpoche


No dia 17 de Setembro de 1990, por sua grande bondade e compaixão, Rimpoche retornou ao nosso convívio, na pessoa de Yangsi Kalu Rimpoche, que foi reconhecido pelo Veneravel Tai Situ Rimpoche e confirmado por Sua Santidade o Dalai Lama, como encarnação do precedente Kalu Rimpoche.

Yangsi Kalu Rimpoche e Lama Dordje


Sobre os Mantras


                                                                   Om Mani Peme Hung

   Mantras são palavras sagradas de grande poder que trazem bênçãos. Na maioria dos países asiáticos, inclusive o Tibete, os mantras ainda são recitados na língua sânscrita original. A tradução da palavra mantra é literalmente “algo onde se pode apoiar a mente”. E é isso que um mantra pode fazer.

   Meu mestre, Kalu Rimpoche, costumava falar que é mais fácil contar o numero de gotas que cai, durante uma semana de chuva torrencial, do que o beneficio de uma única só recitação de um mantra.

   A prática do mantra é uma forma rápida, eficaz e poderosa de concentrar, estabilizar e liberar a mente. A prática do mantra pode ajudar a trazer estados mentais construtivos, reforçar o treinamento mental, aumentar a inteligência básica, a atenção, a concentração e o nível de percepção.

   Existem diferentes tipos de mantras; Mantras de cura, de sabedoria, de compaixão, de percepção, de purificação, mantras para dissolver obstáculos e mantras da paz. Tem mantras de apenas uma única silaba, como o “OM” ou “AH”. Estes são chamados de mantras de silaba semente. Como a semente de uma linda planta, as silabas únicas carregam dentro de si os ensinamentos, mistérios, sabedoria e realizações do fruto final ou da flor da iluminação.

   Pode-se também se combinar a recitação do mantra com visualizações. Por exemplo, ao recitar um determinado mantra, mantemos a nossa mente uma determinada visualização e com a mão seguramos um mala (rosário) para contar o numero de repetições que fizemos.

   Algumas práticas exigem que recitemos um numero muito grande de um determinado mantra, por isso é muito comum vermos praticantes andando pela rua com o mala na mão recitando mantras.

   A meditação com mantra pode alterar a atmosfera e provocar uma transformação rápida, tanto no mundo externo como interno.



A Iluminação é a Meta. A Meditação é o Caminho.



   "Você é o Buda, você é a verdade. Então por que não sente isso? Por que não conhece isso muito bem? Por que existe um véu no caminho, que é o apego às aparências, como por exemplo a convicção de que você não é um buda, de que você é um individuo separado, um ego. Se não puder remover este véu de uma só vez, então ele terá que ser dissolvido gradualmente.

   Se você conseguir enxergar através dele, totalmente, mesmo que apenas por um instante, então poderá fazer isso novamente a qualquer momento. Onde quer que esteja, o que quer que esteja diante de você, de qualquer forma que as coisas se apresentem; simplesmente retorne a esta clareza e abertura espaçosas e sempre presentes."

     -Kalu Rimpoche.

   Quando praticamos a meditação, o que fazemos é descascar as camadas da persona. Nós continuamos descascando, camada por camada, cada vez mais, em direção ao centro, trazendo à superfície e soltando, um após o outro, os muitos rostos que apresentamos ao mundo e a nós mesmos.  

   Se nós não somos pensamentos, então quem somos? Quem é essa pessoa que tenta meditar? Quem é o experimentador que experimenta nossa experiência? É nossa mente, nosso corpo, nossa alma, nosso espírito? A grande questão é esta, a questão da identidade.

   A maioria dos meditadores traz consigo uma inspiração comum: experimentar as cosas diretamente como são, no momento presente. Agora é o único lugar onde podemos estar. Tanto as lembranças quanto aos planos ocorrem no momento presente. Na meditação nós voltamos sempre a este presente que é único, despertando gradualmente para a verdade de quem e do que somos.

   Nós sabemos que não podemos fugir, que precisamos voltar sempre. Respiramos, praticamos a atenção plena e descascamos camadas e mais camadas. Cada vez mais fundo. Vendo nossos estados mentais, soltando o que nos prende, desmascarando, descascando, até finalmente chegar ao estado original, não processado, o estado natural, o ser genuíno. Esta é a natureza Búdica, a natureza verdadeira, a natureza verdadeira – a mente natural. O Buda interior está desperto.

   Simplesmente ser – em meio a todo o fazer, o atingir e o vir-a-ser. Este é o estado natural da mente, nosso estado original e fundamental de ser. É a natureza Búdica autentica. É como reencontrar o nosso equilíbrio.

Trecho do livro O Despertar do Buda interior- Lama Surya Das. Editora Rocco.



quarta-feira, 22 de julho de 2015

OS CINCO OBSTÁCULOS PARA A PRÁTICA DO SHINE




   Quando iniciamos no caminho do despertar encontramos alguns obstáculos que podem nos tirar dele.

   O Buddha, nos sutras, aconselha a buscar de inicio o estado de tranquilidade da mente (shine) e depois meditar sobre a visão superior (vipasyanâ).

   O estado de tranquilidade da mente (tibetano: shine; sânscrito: samatha) é o fundamento necessário aos yogues budistas e não budistas para abandonar as emoções conflituosas.

   É ainda uma meditação que deve ser realizada por qualquer que seja o yogue do hinayâna ou do mahayâna. E mesmo no mahayâna, todos os yogues do vajrayâna como do pâramitâyâna devem praticar shine. Esta prática é, portanto a base mais importante para todos os yogues que percorrem a via espiritual.

Os cinco vícios que impedem de realizar o shine (calma mental) são:

1-     A preguiça

É a atitude na qual a mente não entra em contato com as virtudes da prática.

2-   O esquecimento

Mesmo se a mente entra em contato com a prática ela esquece as instruções da meditação.

3-   O torpor e a agitação

Mesmo se a mente não esquece as instruções ela não fica quieta: é a agitação; ou então ela é opaca e entorpecida: é o torpor.

4-   A falta de intervenção

Quando a mente partiu no torpor ou na agitação, é não aplicar o remédio que permite eliminá-los.

5-    O excesso de intervenção

É aplicar remédios muito numerosos. Essa intervenção excessiva impede a mente de ficar quieta.

   Lembre-se que não é apenas lendo os textos que conseguiremos avançar na nossa busca. De nada vale o conhecimento se não é usado. Precisamos nos dedicar com paciência e atenção sempre com a orientação de um Lama ou um professor qualificado. 


terça-feira, 14 de julho de 2015

Domar o Cavalo, Cavalgar a Mente



    Do ponto de vista do não-ego, o aprendizado se baseia em abrir nosso coração e encontrar um senso natural de disciplina. Disciplina significa, nesse contexto, harmonizar-nos com nossa pureza inerente. Não é preciso nos apropriar de nada externo a nós mesmos nem imitar ninguém. Somos naturalmente puros e inteligentes. Podemos já ter alguma ideia ou experiência disso, mas precisamos também ir além ao nos abrirmos.

   Quando começamos a nos abrir, o aprendizado deixa de ser um esforço. Torna-se como uma pessoa com sede que bebe água fresca. É refrescante e natural. E, quanto mais aprendemos, mais gostamos. É bem diferente da abordagem de uma academia militar ou do aprendizado baseado num grande esforço de qualquer tipo.

   Nosso caminho é às vezes difícil e outras vezes suave; mesmo assim, a vida é uma jornada constante. Tudo o que fazemos- dormir, comer, vestir-nos, estudar, meditar, assistir a aulas... é visto como jornada, nosso caminho. Esse caminho consiste em abrir-se para a estrada, abrir-se para os passos que daremos. A energia que nos permite empreender essa jornada é conhecida como disciplina. É a disciplina de educar a si mesmo sem o ego, conhecida também como treinar a própria mente.

   Diz-se que educar a si mesmo é como domar um cavalo selvagem, um cavalo que nunca foi tocado por ninguém. Primeiro você tenta pôr lhe uma sela no dorso.  O cavalo manoteia, morde e escoiceia; você continua tentando. Por fim, consegue. Em seguida passa-se as rédeas por sobre a cabeça e coloca-se o freio na boca do animal. Pode ser difícil fazer o cavalo abrir a boca, mas acaba entrando.

    É um grande sucesso. Você se sente bem; sente que realizou alguma coisa. Mesmo assim, ainda falta montar no cavalo. E esse é outro processo, uma outra luta. É bem possível que o cavalo o derrube. Conseguir segurar as rédeas pode ajudar a controlar o cavalo, mas isso também é duvidoso. Isso pode lhe dar 40% de controle, talvez. Quanto ao mais, é correr o risco.

   Nosso estado mental é como um cavalo selvagem. Contem lembranças do passado, sonhos quanto ao futuro e a inconstância do presente. Concluímos que essa situação é problemática e por isso praticamos o que se conhece como meditação.

   A palavra “meditação” tem vários significados, conforme seu uso nas diversas tradições. De acordo com o Oxford English Dictionary, meditação significa meditar sobre alguma coisa. Quando está apaixonado, por exemplo, você medita sobre a pessoa que ama. Essa pessoa é tão bonita. Faz amor admiravelmente bem- move-se com graça, beija deliciosamente e provavelmente tem um cheiro fantástico. Meditar sobre percepções desse tipo significa apenas que nos detemos a pensar em alguma coisa, que nos ocupamos com alguma coisa.

   Em seu sentido fundamental, a meditação Budista não envolve meditar sobre coisa alguma. Simplesmente reavivamos nosso senso de vigilância e mantemos a melhor postura. Mantemos a cabeça e os ombros erguidos e sentamo-nos com as pernas cruzadas. Em seguida, muito simplesmente nós nos ligamos à ideia básica de corpo, fala e mente concentramos nossa atenção de alguma maneira, normalmente por meio da respiração. Inspiramos e expiramos, simplesmente sentindo a respiração, de modo bastante natural. A respiração não é considerada sagrada nem maligna- é apenas respiração.

   Quando vêm os pensamentos, simplesmente os identificamos e observamos: “Pensamento”. Não há “bom pensamento” nem “mau pensamento”. Não importa se temos um pensamento sábio ou maligno; nós simplesmente o identificamos e dizemos: “Pensamento”. E então voltamos a nos concentrar na respiração. Ao fazermos isso, começamos a desenvolver a ideia de pôr a sela no cavalo. Nossa mente começa a ser treinada. Ela se torna, nesse ponto, menos enlouquecida, menos entorpecida e mais maleável.  

   Essa pratica especifica de meditação é conhecida como Shamatha, que significa, literalmente, “ficar em paz”. Nesse contexto, “paz” não é um estado eufórico ou bem aventurado, mas simplesmente a situação elementar e simples, resultante da cessação da luta e do tumulto. Não se trata de procurar alcançar um objetivo ou atingir um determinado estado de ser, nem no sentido religioso, nem no sentido secular.

   Quando praticamos dessa maneira, constatamos que os pensamentos se perpetuam as neuroses se desfazem ou evaporam. Em geral não prestamos atenção a nossos pensamentos. Nós os cultivamos, inconscientemente, agindo de acordo com o que eles determinam. Mas quando nos sentamos em silencio e olhamos para eles sem opinião nem objetivo- quando simplesmente olhamos para eles-, eles se dissolvem por conta própria.

   Na meditação Shamatha, a duração de nossa atenção se amplia naturalmente e nossa abertura mental se desenvolve. Tornando-nos mais estáveis e também mais alegres- livres de tumultos. É por isso que ela se denomina Shamata, “ficar em Paz”.  

   Esse, portanto, é o primeiro estagio do aprendizado: aprender a aprender. É o primeiro passo. Primeiro transcende-se a noção básica do ego, do apego à neurose. Além disso, há o que se conhece como pratica Vipashyana, que significa literalmente Insight. Nesse contexto, insight significa ver as coisas como elas são, sem acrescentar-lhes paixão ou agressão. Nesse ponto, já começamos a sair do campo da meditação e a examinar o modo como nos relacionamos com o nosso mundo.

   O mundo em que vivemos é fabuloso. É plenamente maleável. Vemos os carros passando pela rua, os prédios estáticos, as árvores crescendo, as flores desabrochando, a chuva caindo, a água correndo e o vento purificando o ar, renovando-o, haja ou não poluição. O mundo em que vivemos é muito bom, para dizer o mínimo. Não podemos reclamar de nada.

   Deveríamos começar a aprender a ter apreço por este mundo, por este planeta em que vivemos. Deveríamos perceber que não existe paixão, agressão ou ignorância no que vemos. Começamos desenvolvendo uma atenção plena aos nossos passos, enquanto andamos. Em seguida, começamos a experimentar a sacralidade de pentear o cabelo ou vestir-nos.

  Atividades como fazer compras, atender ao telefone, trabalhar numa fabrica, estudar na escola, tratar com nossos pais ou filhos, ir a um funeral, dar entrada na maternidade do hospital- tudo o que fazemos é sagrado. O modo de desenvolver essa atitude é ver as coisas como elas são, o que se consegue ao prestar atenção à energia da situação e quando não esperamos de nosso mundo maiores distrações. É uma questão de simplesmente ser, ser natural, e estar sempre atento a tudo o que ocorre na nossa vida diária.

  Isso é um desenvolvimento natural da meditação Shamatha. A meditação sentada é como tomar uma ducha. A Vipashyna, ou pratica da consciência, é como secar o corpo com uma toalha e depois vestir as roupas.

   Há, portanto, dois aspectos em nossa jornada, em nosso processo de aprendizagem: aprender com a meditação sentada e aprender com as experiências da vida. E não há problema em combinar essas duas coisas. É como ter dois olhos e então colocar os óculos. É a mesma coisa.

Por Chögyam Trungpa Rimpoche.



quinta-feira, 25 de junho de 2015

10 Dicas Para Ter Uma Vida Mais Feliz e Saudável


Para se sentir feliz é essencial ter um estilo de vida saudável com o corpo e a mente em harmonia. Lama Dordje sugere aqui algumas dicas que ele mesmo aplica diariamente. Aproveite!

1-    Dormir e acordar sempre no mesmo horário

Adaptar o nosso corpo a uma rotina faz com que consigamos recuperar a energia do nosso corpo com mais facilidade.

2-   Ter pensamentos bons ao despertar

Os primeiros minutos do dia são essenciais para começar o dia de maneira positiva. Ao tocar o despertador pela manhã procure orientar os primeiros pensamentos para coisas boas. Isso será muito mais fácil se você dormiu com pensamentos bons.

3-   Meditar pela manhã

Ter o habito de sentar todas as manhãs para fazer sua pratica meditativa vai preparar a mente para os desafios do dia. Nem que seja por 10 minutos, coloque na sua rotina o inicio do dia com a mente e o coração em paz.
Na prática da meditação, removemos a confusão do ego a fim de vislumbrar o estado desperto. A ausência da ignorância, da sensação de opressão, da paranoia e abre uma visão fantástica da vida. Descobrimos um modo diferente de ser.

4-   Pense e fale coisas positivas

Ninguém gosta de ficar ao lado de uma pessoa negativa que fala coisas ruins o tempo todo. Preste atenção no que esta falando. Analise se você é uma pessoa agradável de estar ao lado. Não tenha medo de mudar. Isso será muito mais fácil de reconhecer se você estiver meditando pelas manhãs...

5-   Comer pouco e varias vezes

Optar por alimentos ricos em fibras (como cereais e opções integrais de massas, pães e arroz) aumenta a sensação de saciedade, além de controlar os níveis de glicose e colesterol e melhorar o desempenho do intestino.

Já as frutas, verduras e os legumes são ricos em vitaminas e minerais que estimulam o sistema imunológico e protegem contra vírus e infecções.

 O ideal é manter o metabolismo do corpo sempre ativo. Para isso recomendam-se refeições de três em três horas e em pequenas quantidades: desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

6-   Escolha locais calmos para realizar as refeições

Realizar as refeições em ambientes tranquilos, sem a interferência de televisões, smartphones e computadores, faz com que você não tenha tantos sentidos estimulados. Aproveite para prestar atenção na mastigação: uma boa mastigação gera satisfação com menores quantidades de comida.

7-   Ter uma atividade física

Todos nós sabemos que a prática de atividades físicas ajuda a evitar hipertensão, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Mas não adianta nada saber e não por em prática. Se sua mente estiver calma será muito fácil organizar o dia para ter tempo de cuidar do seu corpo. Não existe desculpa para não se cuidar. Mas lembre-se de ter a orientação de um profissional!

8-  Ter uma vida sexual saudável

Já ouvimos falar muitas vezes que praticar sexo com frequência diminui os riscos de infarto fatal. Também melhora o humor, a pele, relaxar o corpo e alivia o estresse.

9-   Ler um bom livro

Mas o que é um bom livro? Um bom livro é aquele livro que vai não só te acalmar como também passar alguma coisa produtiva. Escolha um horário e reserve esse para ler. Leia nem que seja apenas um capitulo por dia, mas leia.

10-Viva o momento

  O passado já passou, não tem como muda-lo. O futuro só será da maneira que você quer se criar causas e condições para isso. Viva o aqui agora. Faça valer a pena essa preciosa existência humana. Se ame! Ame a vida!




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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Bokar Rimpoche


      Bokar Rimpoche nasceu de uma família de pastores nômades no Tibet, no ano do Dragão – Ferro, 1940. Foi reconhecido aos quatro anos de idade como a reencarnação do anterior Bokar Rimpoche, pelo XVI Karmapa, e estudou nos monastérios de Bokar e Tsurpo.

      Com a invasão chinesa no Tibet, deixou sua terra natal aos 20 anos e tornou-se discípulo do grande iogue e mestre tibetano Kalu Rimpoche, completando, sob sua direção, duas vezes o tradicional retiro de três anos, três meses e três dias no monastério de Sonada, Índia.

     Por suas notáveis qualidades e profunda e autentica realização, sucedeu a Kalu Rimpoche como chefe da gloriosa linhagem Shagpa kagyü, uma das oito grandes linhagens originais pelas quais o budismo passou da Índia para o Tibet. Fundou em Mirik o seu próprio monastério, próximo ao de Kalu Rimpoche, especialmente destinado à pratica de Kalachakra.

     É considerado, hoje, um dos principais mestres de meditação da linhagem Kagyü, tendo sido escolhido por Kalu Rimpoche para dirigir os centros de retiro de Sonada, e por Sua Santidade o XVI Karmapa para dirigir o centro de retiro de Rumtek, no Sikkim, nova sede dos Karmapas.


Kalu Rimpoche e Bokar Rimpoche


    Bokar Rimpoche encarna perfeitamente a suprema compaixão de todos os Buddhas. Ser realizado, dotado de grande doçura, possui um estilo direto e profundo de ensinar, abordando os assuntos mais complexos com clareza e simplicidade.

    De Bokar Rimpoche, o Muito Veneravel Kalu Rimpoche afirmou: “Bokar Rimpoche é um Lama extraordinário, perfeitamente realizado tanto no domínio do estudo como no da prática. Naropa havia profetizado a seu discípulo Marpa que, em sua sucessão, cada discípulo seria superior ao mestre que o precederia. Assim, Milarepa, discípulo direto de Marpa, seria superior a este. Da mesma maneira, Bokar Rimpoche será meu sucessor e será superior a mim.”

    Após a invasão chinesa do Tibet, muitos mestres Tibetanos buscaram auxilio inicialmente nos países vizinhos e depois em diversos países da Europa e da América do Norte. A partir de então, ao longo dos anos, esses mestres vêm incansável, generosa e amorosamente compartindo sua experiência e seus conhecimentos com os ocidentais.

   Muito recentemente, alguns desses mestres passaram a visitar o Brasil e a fundar centros do Dharma em nosso país. Entretanto, para a maioria das pessoas é ainda muito difícil o acesso aos profundos e autênticos ensinamentos do Budismo Vajrayana.