terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Sobre o Karma


  

 São nossas ações do passado que nos fizeram ser o que somos hoje; são nossas ações do presente que farão o que seremos amanhã. Por isso prestar atenção nas nossas ações no aqui agora é essencial para evitar sofrimentos no futuro.

   Não adianta ficar pensando no que já passou, o passado não tem mais como arrumar. Faça uma reflexão das suas ações e consequências e preste atenção no presente para não cometer os mesmos erros do passado.

   Também não adianta ficar pensando no futuro, ele é apenas uma ilusão. Se você quer conquistar algo no futuro, procure usar o presente de forma correta e significativa. Crie causas e condições para que as coisas aconteçam...

   Os ensinamentos falam que o Karma é a atividade. “É a lei de encadeamento das causas e as consequência dos atos.” Prestar atenção nas ações evita o sofrimento do arrependimento.

   Consiste em dez atos não virtuosos ou nocivos que provem as seis emoções perturbadoras da mente: o Desejo, a aversão, a estupidez, a avareza, o ciúme, o orgulho (que pode ser efetivados por três portas: O corpo, a palavra e a mente).

Os atos negativos do corpo:

- Matar
- Apropriar-se pelo que não foi lhe dado, roubar
- A má conduta sexual

Os atos negativos pela palavra:

- Mentir
- Criar discórdia por maledicência
- Empregar palavras ofensivas
- Usar palavras fúteis

Os atos negativos da mente:

- O desejo, a cobiça
- O desejo de prejudicar

-Ter visões errôneas a respeito do Dharma







quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Mantra Da Compaixão


    O mantra da compaixão, OM MANI PADME HUM, é pronunciado pelos tibetanos OM MANI PEME HUNG. Ele encarna a compaixão e a benção de todos os Budhas e Bodhisatvas, e invoca especialmente a benção de Avalokiteshvara, o Budha da Compaixão. Avalokiteshvara é uma manifestação do Budha no Sambhogakaya, e seu mantra é considerado a essência da compaixão do Budha por todos os seres. Assim como Padmasambhava é o mestre mais importante do povo tibetano, Avalokitesshvara é o seu Budha mais importante e a deidade cármica do Tibete. Há um dito famoso que dia que o Budha da Compaixão está tão irraigado na consciência tibetana que qualquer criançaque saiba dizer “mãe” sabe também recitar o mantra OM MANI PEME HUNG.

   Conta-se que, há inumeráveis eras, mil príncipes juraram tornar-se Budhas. Um deles quis tornar-se o Budha que conhecemos Sidarta Gautama. Avalokiteshvara, no entanto, prometeu não obter a iluminação até que todos os outros mil príncipes a tivesse conseguido. Na sua infinita compaixão, ele também fez o voto de liberar todos os seres sencientes do sofrimento dos vários reinos do Samsara. Diante dos Budhas das dez direções, ele rezou: “Possa eu ajudar todos os seres, e se alguma vez cansar nesse trabalho imenso, possa o meu corpo ser despedaçado em mil partes”.  

   Conta-se que primeiro ele desceu aos infernos, subindo gradualmente através do mundo dos fantasmas famintos até o reino dos deuses. De lá olhou para baixo e viu horrorizado que, embora tivesse salvo inúmeros seres do inferno, incontáveis outros estavam caindo lá. Isso o deixou na mais profunda dor.  Por um instante ele quase perdeu a fé no seu nobre voto, e seu corpo explodiu em mil pedaços. Em desespero, pediu ajuda a todos os Budhas, que vieram em sua direção de todos os recantos do universo como uma suave tempestade de neve com seus flocos brancos, segundo diz um texto.

    Com seu grande poder, os Budhas deixaram-no inteiro de novo, e a partir de então avalokiteshvara tem onze cabeças e mil braços, e em cada palma das mil mãos tem um olho, significando a união da sabedoria e dos meios hábeis- marca da verdadeira compaixão. Nessa forma ele ficou ainda mais resplandecente e poderoso do que antes para ajudar todos os seres, e sua compaixão aumentou de intensidade com a continua repetição de seu voto diante dos Budhas: “Possa eu não obter o estado búdico supremo antes que todos os seres sencientes alcancem a iluminação”.

   Conta-se ainda que, em sua tristeza pela dor do Samsara, duas lágrimas caíram do seu rosto: pela bênção dos Budhas elas se transformaram nas duas Taras. Uma é a Tara em sua forma verde, que á força ativa da compaixão, e a outra é Tara em sua forma branca, que é o aspecto materno da compaixão. O nome Tara significa “aquela que liberta”: a que nos transporta através do oceano do Samsara.

   Está escrito nos sutras do Mahayana que Avalokiteshvara deu seu mantra ao próprio Budha, que em troca lhe deu a nobre e especial tarefa de ajudar todos os seres do universo no caminho para o estado búdico. Nesse mometo, todos os deuses fizeram chover flores sobre eles, a terra estremeceu e no ar ressoou o som de OM MANI PEME HUM HRIH.

   Nas palavras do poema:

 Avalokiteshvara é como a lua                                                                                               Cuja luz refrescante apaga os fogos ardentes do Samsara.      
Em seus raios o lótus noturno da compaixão                
Abre todas as pétalas.
 

   Os ensinamentos explicam que cada uma das seis sílabas do mantra- OM MANI PEME HUNG- tem um efeito poderoso e especifico para produzir transformações em níveis diferentes do nosso ser. As seis sílabas purificam por completo as seis emoções negativas, que são a manifestação da ignorância e que nos fazem agir negativamente com o nosso corpo, fala e mente, criando desse modo o Samsara e nosso sofrimento nele. Orgulho, ciúme, desejo, ignorância, ganancia e ódio são transformados pelo mantra na verdadeira natureza de cada um deles: as sabedorias das seis famílias búdicas que se tornam manifestas na mente iluminada.

   Assim, quando recitamos OM MANI PEME HUNG, as seis emoções negativas que são a causa dos seis reinos do Samsara, são purificadas. Desse modo, recitar as seis sílabas previne o renascimento em cada um desses seis reinos, e também dissolve o sofrimento inerente de cada reino. Ao mesmo tempo, a recitação OM MANI PEME HUNG purifica os agregados do ego- os skandhas- e aperfeiçoa os seis tipos de ação transcendental do centro da mente iluminada, as paramitas: generosidade, conduta harmoniosa, perseverança, entusiasmo, concentração e visão interior. Também se diz que OM MANI PEME HUNG assegura forte proteção contra todo tipo de influencia negativa e várias formas diferentes de doença.

   Com frequência, HRIH, a “sílaba-semente” de Avalokiteshvara, é acrescida ao mantra para fazer OM MANI PEME HUNG HRIH. Essencia da compaixão de todos os Budhas, HRIH é o catalisador que ativa a compaixão dos Budhas para transformar  nossas emoções negativas na sua natureza de sabedoria.

   Kalu Rimpoche escreve:

   Outro modo de interpretar o mantra considera que a sílaba Om é a essência da forma iluminada. MANI PEME, as quatro silabas do meio, representam a fala da iluminação. A última sílaba, HUNG, representa a mente da iluminação. O corpo, a fala e a mente de todos os Budhas e Bodhisatvas são parte intrínseca do som desse mantra. Ele purifica os obscurecimentos do corpo, da fala e da  mente, e traz todos os seres ao estado de realização. Quando se junta à nossa própria fé e aos nossos esforços na meditação e recitação, o poder transformador do mantra aparece e aumenta. É verdadeiramente possível purificarmos desse modo.

   Para aqueles que estão familiarizados com o mantra e o recitaram com fervor e fé toda sua vida, o Livro Tibetano dos Mortos ora no bardo: “Quando o som do Dharma ruge como mil trovões, possa todo ele se tornar o som das seis silabas”. Da mesma forma lemos no Surangama Sutra:

   Como é doce e misterioso o som transcendental de Avalokiteshvara! É o som primordial do universo... É o murmúrio suave da maré vazante. Seu som misterioso traz a libertação e a paz a todos os seres sencientes que em sua dor estão pedindo ajuda, e traz a sensação de serena estabilidade aos que estão buscando a paz ilimitada do Nirvana.
                                           







Do Livro “ O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”, Sogyal Rimpoche. Pags. 482, 483, 484 e 485.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Compaixão e Sabedoria



O Sutra do Coração é considerado um dos ensinamentos mais profundos do budismo Mahayna e também do budismo Vajrayana. A tradição Vajrayana – na qual se insere a Linhagem Drukpa tem suas origens no Mahayana, e é importante observar que seus ensinamentos não existem de modo independente das práticas Mahayanas de bodhichita, a mente altruística de iluminação, e da Prajna Paramita, a Perfeição da Sabedoria. Bodhicitta se refere so elemento de compaixão, e Prajna Paramita ao elemento de sabedoria das tradições Mahayana e Vajrayana.

   Deixando de lado os métodos hábeis do Vajrayana, não existe o caminho Vajrayana na ausência da fundação do Mahayana. Assim, o Sutra do Coração que encapsula os ensinamentos da Prajna Paramita, e muito respeitado nas praticas do Vajrayana. O sutra do Coração representa a visão da sabedoria última. As praticas baseadas nessa visão representam a compaixão – o método- dentro do Vajrayana.

   Compaixão e Sabedoria são os dois ensinamentos essenciais do Mahayana e do Vajrayana, e são colocadas em pratica por meio de métodos hábeis. Sem compaixão e sabedoria, não existe Mahayana e nem Vajrayana. Por isso, compaixão e sabedoria são consideradas as duas asas do Mahayana e do Vajrayana. E você não pode ter uma asa sem ter a outra.
   Se praticar apenas a compaixão, você poderá ficar muito feliz e calmo dentro do Samsara, mas jamais atingirá a libertação, porque não possui a sabedoria para perceber o Samsara como ele realmente é. Por outro lado, se possuir apenas a sabedoria, você poderá se liberar, mas isso só servirá para você mesmo e não para o beneficio dos outros seres.

   Colocando em termos bem claros: se você não tiver compaixão, não terpa interesse em ajudar ninguém. Estará interessado apenas em si mesmo. Por outro lado, se não tiver sabedoria, não saberá como ajudar os outros mesmo que tenha a intenção. Isso porque você está sofrendo e não possui sabedoria para oferecer o tipo de ajuda de que os outros necessitam. A ajuda que você pode oferecer talvez seja alimento de dinheiro, mas indo além disso, se alguém estiver mentalmente infeliz, você não poderá ajudar. Isso porque você não sabe como lidar consigo mesmo e com as suas emoções. Você não consegue entender a verdadeira natureza dos fenômenos e a verdadeira natureza de sua mente.

   Embora andem lado a lado, compaixão e sabedoria às vezes são praticas separadamente no Mahayana. Por exemplo, quando você realiza a recitação ou a pratica de generosidade no Mahayana, não é necessário que visualize como um Budha, tampouco que tenha entendimento da vaziez. Assim, quando está praticando a generosidade e oferecendo aos outros, você ainda pode ter pensamento de “eu” de “estou dando algo outro ser senciente que está sofrendo”. Você está doando, mas sem a compaixão ou o entendimento perfeitos. E quando pratica a meditação unidirecional que investiga a vaziez, você pode analisar a natureza operacional da mente, mas pode deixar de gerar a compaixão de forma adequada enquanto medita. Logo, a compaixão e a sabedoria são praticadas separadamente.

   Algumas práticas do Vajrayana também funcionam assim. Mas na maioria das praticas do Vajrayana, a compaixão, através dos meios hábeis, e a sabedoria, através do entendimento de shunyata (vaziez), são praticadas em conjunto. Shunyata se refere ao entendimento de que isso nada no universo existe de modo independente, Mas por exemplo, ao mesmo tempo em que está visualizando a forma do Budha em uma prática (isto é, utilizando meios hábeis), você também deve ter o entendimento do shuyata. A visualização deve ser entendida como reflexo no espelho- algo que existe muito claramente e que ao mesmo tempo não existe. Esse é o entendimento adequado de shuyata, praticando junto ao método hábil da compaixão. No Varayana, essa é a forma adequada de pratica-lo.



Do livro “A Lua no Espelho, Uma visão incomum da Prajna Paramita.” De S.Ema. Gyalwa Dokhampa. Editora Lúcida Letra. 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Apego ao Mundo



       Para vencer o apego ao mundo, tanto ao nosso corpo quanto aos bens materiais, é preciso antes de tudo desfazer-se da crença de que eles têm uma existência real e definitiva. É necessário, portanto, tomar consciência de que, longe de ser dotados de uma permanência que fundaria sua realidade, todos os fenômenos mudam a cada instante. Eles são transitórios por natureza.

       Consideramos inicialmente o nosso corpo. Desde o instante de nossa concepção até o momento presente, a cada instante, ele não sessou de se modificar-se. De um segundo a outro, ele nunca foi exatamente igual a ele mesmo. O embrião no principio, desenvolveu-se no ventre da mãe. Depois, apor o nascimento, nosso corpo mudou progressivamente de bebe a criança, de criança a adolescente, de adolescente a adulto, seguindo uma modificação constante. A potencia do corpo afirmou-se até a idade adulta, estabilizou-se, em seguida declinou, conduzindo à velhice.    E quando a vitalidade se esgotar por completo, o corpo morrerá.

    Esse processo de envelhecimento, que o nascimento e a morte delimitam, não acontece por mudanças sutis, por blocos de anos, de meses ou de dias que se sucederiam. É um fenômeno regido por uma modificação continua em que o instante seguinte traz uma alteração em relação ao instante precedente.

    Os objetos do mundo exterior estão submetidos às mesmas regras. Vejamos uma casa. Visto que não percebemos a impermanência muito sutil, temos a impressão de que ela é a mesma de há alguns anos, a mesma do mês passado, a mesma de ontem. Se, todavia, procedemos a uma analise mais profunda, constatamos que as moléculas microscopias que a compõem não cessaram de se modificar desde ontem, e que a casa, na realidade, cessou de exibir na mesma forma. Agora mesmo, instante após instante, essa modificação prossegue. Desde o dia da sua construção, a casa não cessou de envelhecer e virá um dia em que ela será totalmente inutilizável, cairá em ruinas ou será destruída. É a sucessão de alterações que se situam ao nível do instante que a conduzem assim rumo a seu fim.

    Todos os fenômenos do mundo exterior estão submetidos ao mesmo processo. Tomar consciência de sua impermanência assim como a de nosso corpo diminuirá o apego que temos por essa vida.

    Estamos, por sinal, convictos de que os fenômenos são dotados das capacidades de proporcionar-nos uma felicidade autêntica, seja as formas belas, os sons harmoniosos, os bons odores ou os sabores agradáveis. Essa convicção é uma das raízes de nosso apego e ela não é fundamentada. Se examinarmos atentamente as felicidades que nos são assim dadas, vemos que não são verdadeiras felicidades. Elas são mutáveis por natureza. Mesmo que elas apareçam inicialmente como felicidade, elas estão ameaçadas de se transformar em sofrimento um dia ou outro.

   Outrora, por exemplo, no Ocidente, na aurora do desenvolvimento das ciências e das técnicas modernas, as populações camponesas não gozavam de nenhum conforto em seu habitat. Levando em conta que o progresso material chegou primeiro às cidades, muitos preferiram nelas instalar-se e fugir da precariedade de sua condição de vida. A eletricidade, a agua encanada, um mobiliário de qualidade, etc., eram vistos como atributos proporcionando necessariamente a felicidade, de modo que as pessoas apreciaram habitar na cidade. Depois, com o hábito, a sensação de felicidade proporcionada pelo conforto arrefeceu progressivamente, a ponto de o que parecia muito agradável no inicio acabar por parecer, às vezes, fatigante. Assim, nos dias de hoje, um certo numero de citadinos prefeririam deixar a cidade e reencontrar condições de vida muito mais rústicas, sem sofisticações, sem carpete, quase sem conforto. Ou ainda, vemos pessoas que, não mais apreciando os encantos de um mobiliário moderno e racional, buscam mesas e cômodas antigas, feitas à mão, às vezes oscilantes, mal ajustadas. A felicidade de um momento, por causa da impermanência, torna-se facilmente a contrariedade de outro momento e não podemos dizer de uma dessas felicidades que ela é de fato felicidade, pois nunca é definitiva.

    Por essa razão, todos os prazeres e todas as felicidades deste mundo foram comparados pelo Buddha ao mel que uma pessoa lambe sobre uma lâmina afiada: inicialmente aprecia a doçura do mel, depois, rapidamente, ela se corta e sente dor. Sem sequer nos referirmos à palavra do Buddha, basta observarmos nossa própria experiência: a felicidade que se transforma em sofrimento, nós todos a conhecemos. Se compreendemos bem esse fato, nosso apego a esse mundo diminuirá.

    Enfim, conquanto associemos uma realidade em si aos fenômenos do mundo exterior, eles são, de fato, dela desprovidos e são apenas manifestações projetadas por nossa própria mente. Podemos compreender que os fenômenos, ainda que privados de existência própria manifestam-se, reportando-nos ao sonho: os objetos exteriores, as paisagens, as casas, os homens, tudo surge nele. Além disso, em relação com que se produz assim, experimentamos sensações agradáveis ou desagradáveis. Tudo parece verdadeiro, quando, de fato, trata-se do jogo da nossa própria mente. O mesmo ocorre com as aparências deste mundo atual. Mesmo se é difícil ter a experiência disso, podemos ao menos compreender como certas qualidades que atribuímos ao mundo exterior não são, de fato, senão colorações impostas por nossa própria mente.  

    Quando, por exemplo, estamos sob o império de um grande sofrimento ou de um grande descontentamento, é provável que percebamos como mal dispostos em relação a nós, ou como agressivos, todos aqueles que encontramos. Suponhamos ainda que estejamos muito felizes ou coléricos. Mesmo que nos sirvam uma boa refeição num local agradável, ela não nos parecerá boa. Se, ao contrario, por uma razão ou por outra, estamos muito felizes, mesmo uma refeição medíocre servida num local insignificante parecer-nos-á deliciosa. Não é a refeição que impõe sua qualidade, á nossa mente que o faz. Compreendemos, então, a menos parcialmente, como os fenômenos exteriores podem depender de nossa mente.

    Compreender que tudo é impermanente, que a felicidade transforma-se em sofrimento e que todos os fenômenos são desprovidos de realidade em si e são apenas projeções de nossa mente permitirá neutralizar o primeiro impedimento à meditação, ou seja, nosso apego a este mundo.
   


Do livro “Meditação Concelhos aos Principiantes” - Bokar Rimpoche- Editora Shisil