Certa
ocasião, Buddha estava na Montanha dos Abutres junto à cidade de Rajagaha. Num
bosque próximo, um monge de nome Sona estava entregue à meditação. Aplicava-se
bastante, mas, não realizando a Iluminação e sentindo-se desnorteado, ao ver o
Buddha e perguntou:
- Mestre,
estou fazendo exercícios severíssimos. Dentre todos os discípulos, não há quem
me iguale em zelo. Por que, então, não consigo realizar a Iluminação? Talvez
seja melhor que eu volte para casa. Tenho bens que me permitem levar uma vida
feliz. Não é melhor que eu abandone este caminho e volte ao mundo?
- Sona,
antes de seres monge, eras um exímio harpista, não?
- Bem, eu
tinha certa habilidade com esse instrumento.
- Então
responda: quando as cordas da harpa estão muito tensas, obtém-se bom som?
- Não,
mestre.
- Quando as
cordas estão frouxas, obtém-se bom som?
- Também não,
mestre.
- Então,
como fazer para obter bom som?
- As cordas
não devem estar nem tensas, nem frouxas demais.
- O mesmo se
dá com a prática do Dharma, Sona. A aplicação demasiada traz inquietação à
mente, e a despreocupação traz negligência. É necessário seguir o caminho do
meio entre esses dois extremos.
Desde então, Sona passou a exercitar-se
segundo tais instruções, realizando, por fim, a iluminação.
O Buddha, tendo experimentado esses dois
extremos e reconhecendo a inutilidade deles, descobriu por experiência própria
o Caminho do Meio que condensa o espirito da moral Budista, conhecido como
Caminho Óctuplo, e consiste dos seguintes princípios:
1. Palavra Correta
2. Ação Correta
3. Meio de Vida Correto
(1.2.3.Conduta Ética: SILA) (Moralidade)
4. Esforço Correto
5. Atenção Correta
6. Concentração Correta
(4.5.6. Disciplina Mental: SAMADHI) (Meditação)
7. Pensamento Correto
8. Compreensão Correta
(7.8. Introspecção: PANNA) (Sabedoria)
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